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O Existencialismo (Notas Sobre Kierkegaard E Husserl)

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Par   •  8 Février 2014  •  1 365 Mots (6 Pages)  •  871 Vues

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O existencialismo

(Notas sobre Kierkegaard e Husserl)

Falar sobre o existencialismo é falar sobre um dos movimentos filosóficos e culturais mais importantes do século XX. Nascido no período que antecede a Segunda Guerra Mundial, mas amplamente divulgado sobretudo após o término dela, o movimento existencialista, tornou-se no pós-guerra a voz contra os erros cometidos pela civilização ocidental, e particularmente, pela humanidade européia, após a barbárie instalada no planeta pelo facismo de Mussolini e o nazismo de Adolf Hitler.

Tendo como principais referências pensadores e escritores com profundo conhecimento da história e da filosofia, a corrente existencialista insurgiu-se contra o objetivismo a que chegou o pensamento ocidental na modernidade, sobretudo (que se inicia com a filosofia cartesiana no século XVII e se consolida com o idealismo de Kant no século XVIII).

Tendo como lema “o retorno ao mundo da vida”, diversos filósofos e escritores da primeira metade do século XX, influenciados pela crítica radical presente em pensadores como Nietzsche, Kierkegaard, Edmund Husserl, entre outro, levaram ao limite a tese (contrária à boa parte da tradição filosófica), de que “a existencia precede a essência”. Ou ainda, de que é necessário nos atermos ao que ocorre no fluxo do mundo concreto, ao invés de construirmos idealizações abstratas sobre nós mesmos, as coisas e o mundo.

Como podemos conferir no “Vocabulário técnico e crítico da filosofia” de André Lalande, o termo “existencialismo” designa a “acentuação da importância filosófica que a existência indivudual, com as suas características irredutíveis, tem” (LALANDE, p. 363-364). Citando o pensador Le Senne, Lalande explica que o existencialismo é o regresso à existência “tal como ela nos é dada”, ou ainda, “a necessidade de considerar a existência face a face, tal como ela é vivida” (LALANDE, p. 364). De maneira mais precisa, aplica-se a esse termo as idéias filosóficas de autores como Sartre, Merleau-Ponty, Simone de Beauvouir, Gabriel Marcel, (que se dizia um existencialista cristão), Jaspers, Heidegger, entre outros.

Nas palavras de João da Penha, além de uma conotação filosófica, o termo existencialismo também ganhou uma extensão cultural. Diz ele: “Ao firmar-se como a corrente filosófica mais discutida nas décadas de quarenta, e cinqüenta, o existencialismo tornou-se sinônimo de fatos ou pessoas que se desviassem do procedimento usual. Tudo que infringisse as regras estabelecidas, a linha divisória entre o certo e o errado, era considerado existencialista. “ (PENHA, p. 10). Do ponto de vista da história da filosofia, segundo João da Penha, o existencialismo “é a doutrina filosófica que centra sua reflexão sobre a existência humana considerada em seu aspecto particular, individual e concreto”. (PENHA, p. 14).

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Enquanto movimento, o existencialismo surgiu sobretudo na França, como já dissemos, no período do entre-guerras, e tem como linha direta de influência, em primeiro lugar, as idéias do pensador dinamarquês Sören. A. Kierkegaard.

Nascido numa família puritana, ele foi um pensador solitário, sombrio, e repleto de desventuras pessoais durante sua vida. Do ponto de vista filosófico, seu pensamento está intrinsicamente ligado ao de Hegel, mas não como sucessor dele. Ao contrário, sua filosofia é completamente oposta ao do filósofo alemão. Como explica Penha, “não seria exagero afirmar que a doutrina de Kierkeegaard surgiu como reação direta ao hegelianismo”. (PENHA, p. 19).

Como se sabe, Hegel buscou construir um sistema com o qual pretendia explicar absolutamente tudo, visando estabelecer uma compreensão total da realidade (Idéia Absoluta). Nesse processo que conduz a essa totalidade, para Hegel, “o indivíduo nada mais é do que uma de suas fases”. (PENHA, p. 20). Ora, é justamente contra essa idéia que o filósofo Kierkegaard insurgiu-se. Segundo sua visão, o indivíduo não poderia ser uma mera manifestação da Idéia, e o erro de Hegel foi justamente “ter ignorado a existência completa do indivíduo”. (PENHA, p. 20).

Avesso a qualquer sistematização, Kierkegaard acreditava que a existência humana não poderia ser explicada através de conceitos ou de esquemas abstratos, que são incapazes de dar conta da realidade, “sobretudo a realidade humana” (PENHA, p. 21). Para ele, portanto, somente a realidade singular e concreta interessa, e apenas esta podemos de fato conhecer. Em outros termos, só podemos nos apropiar da realidade de forma subjetiva,

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