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Romeu e Julieta

Fiche : Romeu e Julieta. Recherche parmi 298 000+ dissertations

Par   •  30 Mai 2016  •  Fiche  •  2 907 Mots (12 Pages)  •  441 Vues

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[pic 1]UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DE FILOSOFIA LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE LETRAS

DISCIPLINA DE FRANCÊS

        

CAROLINA SOARES MOREIRA

Romeu e Julieta: do teatro ao slam

Orientadora: Profª Drª Ana Luiza Ramazzina Ghirardi

GUARULHOS

2015                                                      

Resumo: O presente projeto visa contribuir com o estudo da multimodalidade, nova forma multitextual, que ultimamente vem ganhando espaço nas pesquisas acadêmicas. Nesta pesquisa, estudaremos o processo de multimodalidade na transposição da peça de teatro Romeu e Julieta de Shakespeare para a canção de slam Roméo kiffe Juliette de Grands Corps Malade. Utilizaremos como referência teórica neste estudo os trabalhos de Lebrun, Lacelle e Boutin (2012), Vasconcelos e Dionísio (2013), Melo, Oliveira e Valezi (2012) e Dionísio (2006).

Palavras-chave: Multimodalidade; Romeu e Julieta; Slam; teatro

Justificativa da solicitação

O conceito de multimodalidade já existe há algum tempo vem, recentemente, se tornando intenso objeto de pesquisa. Os estudos sobre essa forma multitextual começam a se expandir e oferecem vasto campo de pesquisa. Kress e Van Leeuwen (2001) definem a multimodalidade como:

o uso de diversos modos semióticos na concepção de um produto ou evento semiótico, juntamente com o modo particular segundo o qual esses modos são combinados – podem, por exemplo, reforçar-se mutuamente (“dizer a mesma coisa de formas diferentes”), desempenhar papeis complementares [...], ser hierarquicamente ordenados, como nos filmes de ação, onde a ação é dominante, com a música acrescentando um toque de cor emotiva e sincronizar o som de um toque realista “presença”. (KRESS, VAN LEEUWEN, 2001: 20 Apud MELO; OLIVEIRA; VALEZI, 2012).

Esta pesquisa busca ampliar os estudos brasileiros realizados sobre multimodalidade ao aplicar esse conceito na análise da transposição da peça de teatro Romeu e Julieta, de Shakespeare, para a canção Roméo kiffe Juliette, do slammeur Grand Corps Malade. Verificaremos como ocorreu o processo de transposição de linguagem de dois gêneros distintos a partir do conceito de multimodalidade.

A relevância desta pesquisa é a de buscarmos incrementar os estudos realizados sobre multimodalidade e tendo como objeto de estudo uma peça teatral; que, para Ghirardi (2012), é considerada a história de amor por excelência para o nosso tempo. Segundo ele, “o drama funciona, ainda hoje, como matriz de todas as histórias de amor, como paradigma a que fazem referências todas as demais.” (GHIRARDI, 2012, p. 110). Isso ficará evidente ao verificarmos como o slammeur Grand Corps Malade toma como paradigma a peça para falar de uma história de amor no século XXI.

Outro ponto a se destacar nesta pesquisa é o gênero Slam, que por ser um gênero musical relativamente recente,- (surgiu nos anos 1980 em Chicago), é ainda pouco conhecido no Brasil. Assim, colaboraremos também para a difusão de pesquisas sobre este gênero.

Caracterização do problema

Este projeto surgiu do interesse de analisar o gênero Slam e a transposição de uma peça teatral, famosa mundialmente, para este gênero. O slameur escolhido foi Grand Corps Malade (GCM), cuja canção Roméo kiffe Juliette dialoga com a peça de teatro de Shakespeare, Romeu e Julieta.

As duas obras foram escolhidas porque são muito diferentes em relação ao gênero e à linguagem: em uma temos uma linguagem formal (peça de teatro do século XVI) e em outra temos uma linguagem popular com transgressões à norma culta (canção de Slam que surgiu no surgiu no fim do século XX) e a escolha lexical como índice de protesto social neste gênero. Além disso, encontramos indícios que apontam para as diferentes épocas dos dois textos bem como para o desenvolvimento do enredo. Porém, para além das diferenças que serão exploradas, buscaremos também dialogar com as semelhanças no enredo já que a canção foi baseada na peça de Shakespeare.

Do ponto de vista teórico, esta pesquisa terá como base: Bakhtin (2000) e Marcuschi (2006) em relação aos gêneros do discurso. D’Alva (2011) e Vorger (2011) para os aspectos gerais do Slam, a história deste gênero, sua linguagem etc. Sobre o conceito de multimodalidade serão utilizados: Dionísio (2006), Vasconcelos e Dionísio (2013) e Lebrun, Lacelle e Boutin (2012) e sobre a obra de Shakespeare utilizaremos Bloom (1998) e Ghirardi (2011).

A análise implicará, desse modo, o desenvolvimento crítico de conceitos-chave para a reflexão sobre multimodalidade, e incluirá o exame crítico dos seguintes conceitos e temas:

  1. Gêneros do discurso:

Para Bakthin (2000), a utilização da língua é efetuada em forma de enunciados (orais e escritos) que fundam três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Cada esfera da língua elabora seus enunciados que são denominados gêneros do discurso. Os gêneros são divididos entre primários e secundários. Os primários são simples e se constituem de uma comunicação verbal e espontânea e os secundários de uma comunicação cultural mais complexa sendo principalmente a escrita.

Marcuschi (2006) explica os gêneros do discurso baseando-se em vários autores, mas principalmente em Bakhtin. Segundo ele, “o discurso diz respeito aos usos coletivos da língua que são sempre institucionalizados, isto é, legitimados por alguma instância da atividade humana socialmente organizada” (2006, p. 25). Para ele, os gêneros se desenvolvem e um gênero dá origem a outro decorrentes de necessidades tecnológicas.

  1. Slam:

O Slam é um gênero poético oral que foi criado em 1986 por Mark Smith em Chicago nos Estados Unidos. Segundo D’Alva (2011), ele criou nesse ano um show chamado Uptown poetry slam no Green Mill Jazz Club; nesse show, ocorriam competições de Slam com algumas regras; criadas também por Mark Smith:

- microfone aberto a todos, sem nenhuma forma de discriminação.

- os slammeurs têm três minutos para realizar a performance.

- um poema por turno, sem música, nem roupas (especiais para a ocasião), nem acessórios.

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